Dia Nacional Contra Abuso Sexual de crianças e Jovens é celebrado em Chã de Alegria
A prefeitura de Chã de Alegria e a Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania de Chã de Alegria promoveram nesta quinta-feira (18) um encontro com alunos infanto-juvenis das escolas da rede pública alegriense em que puderam discutir o tema: abuso e Exploração Sexual, em alusão a data 18 de maio, que é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual contra crianças e adolescentes.
A data não foi escolhida em vão. No dia 18 de maio de 1973, uma menina de 8 anos foi sequestrada, violentada e cruelmente assassinada no Espírito Santo. Seu corpo apareceu seis dias depois carbonizado e os seus agressores, jovens de classe média alta, nunca foram punidos. A data ficou instituída como o “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes” a partir da aprovação da Lei Federal n.º 9.970/2000. O “Caso Araceli”, como ficou conhecido, ocorreu há quase 40 anos, mas, infelizmente, situações absurdas como essa ainda se repetem.
A secretária de assistência social do município, Andrelly Lira, ressaltou a importância de se debater esse tema com as crianças e os adolescentes, e não apenas com os pais e responsáveis. “A criança e o adolescente tem que saber identificar uma conduta de um adulto que não é certa. Eles têm que ter a confiança que vão encontrar ajuda caso um abuso ou exploração aconteça, seja como os pais, professores ou nós que fazemos parte do poder público municipal”, completou a secretária.
Além da secretária de Assistência Social, Andrelly Lira, também prestigiaram o evento a vice-prefeita, Verônica Andrade, o vereador Filho Massena, a técnica judiciária do Tribunal de Justiça, Ordelane Cipriano, a coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Raquele Ribeiro e a conselheira tutelar, Maria José.
O público presente pode acompanhar um vídeo com uma reportagem que trazia vítimas do abuso sexual infantil, além de ouvirem sobre os tipos de violências e violações que podem acontecer, o perfil do agressor e como acontece o processo de acolhimento da vítima e todo o acompanhamento psicológico e social de cada caso.
Uma apresentação com fantoches encerrou o evento, apresentando ao público presente diferentes histórias de como um abuso ou uma exploração pode prejudicar não apenas o presente, mas o futuro dessas vítimas. No final da apresentação a mensagem foi. Denuncie! O que reforça a ideia de que não se deve ter medo do agressor, mas sim procurar algum familiar, amigo ou autoridade para que a justiça possa fazer o papel dela.
Para se ter uma ideia, apenas em 2016 foram 17,5 mil casos de denúncias no Dique 100, e a maior delas foi referente aos crimes de abuso sexual (72%) e exploração sexual (20%). As demais ligações estavam relacionadas a outras violações como pornografia infantil, sexting, grooming, exploração sexual no turismo, estupro. A equipe do Creas de Chã de Alegria continuará com a campanha durante todo o mês de maio, onde estarão visitando escolas municipais para realizar palestras com as crianças e os adolescentes para conscientizá-los sobre a importância do tema.
Diferença entre Abuso e Exploração Sexual
O abuso sexual envolve contato sexual entre uma criança ou adolescente e um adulto ou pessoa significativamente mais velha e poderosa. As crianças, pelo seu estágio de desenvolvimento, não são capazes de entender o contato sexual ou resistir a ele, e podem ser psicológica ou socialmente dependentes do ofensor. O abuso acontece quando o adulto utiliza o corpo de uma criança ou adolescente para sua satisfação sexual. Já a exploração sexual é quando se paga para ter sexo com a pessoa de idade inferior a 18 anos. Às duas situações são crimes de violência sexual.
Perfil das vítimas
Cerca de 67,7% das crianças e jovens que sofrem abuso e exploração sexuais são meninas. Os meninos representam 16,52% das vítimas. Os casos em que o sexo da criança não foi informado totalizaram 15,79%. Os dados sobre faixa etária mostram que 40% dos casos eram referentes a crianças de 0 a 11 anos. As faixas etárias de 12 a 14 anos e de 15 a 17 anos correspondem, respectivamente, 30,3% e 20,09% das denúncias. Já o perfil do agressor aponta homens (62,5%) e adultos de 18 a 40 anos (42%) como principais autores dos casos denunciados.
Serviço:
Disque Denúncia: 100
Conselho Tutelar: 3581-1277
Polícia Militar: 190
Polícia Civil: 197
As denúncias são anônimas e podem ser feitas por qualquer pessoa.
Texto: Priscylla Ingrend
Imagens: Bruno Freitas e Priscylla Ingrend
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Parabéns a todos envolvidos, foi um sucesso.